domingo, 19 de julho de 2009

O Adeus de uma Louca.


As Minhas lágrimas...
Oh...Você consegue ver minhas lágrimas rolando no papel?
Elas vão caindo, assim como eu rolarei eternamente nos degraus da minha própria loucura.
Hoje eu preciso desabafar de vez tudo que eu tenho para falar para você.
Foi no dia 14 de julho que eu percebi que ainda te amava. Mas eu não posso te amar, pois meu coração não pertence somente a mim. Meu coração é conjunto de inter-conexões que vive machucado pela força das minhas próprias mãos, que o expremem como se nada fossem, só para ver se a dor de sua propria existência diminui.
Para mim, viver se tornou repugnante, os meus olhos agora vivem tristes... o meu sorriso, que era como uma fonte inesgotável de felicidade, hoje, se tranformou no espelho da minha própria desgraça. Mas mesmo que eu me sinta caindo no fundo do penhasco, não reclamo, pois creio que seja melhor sentir essa dor absurda de ser quem sou, do que passar a vida inteira vegetando entre um mundo que não tem razão de existir. Pois nada teria sentido de ser se não fosse o amor, o sofrer, a ausência, o ódio.
Eu sempre me senti uma aberração sobrenatural, e você sabe disso.
Mas é obvio perceber que se eu fosse mais simples, se fosse mais clara, mais cheia de luz, mais entregue, mais óbvia... se eu não precisasse me afogar nas melancolias para explicar uma única dor.. se eu não precisasse construir um castelo para mostrar que só quero uma cama com lençóis mal dobrados, para descansar todo o pesar que está sobre minhas costas... se por acaso eu não fosse tão dramática e não infatizasse todos os meus buracos, todas as minhas angustias e todos os meus amores. O que seria de nós? De nenhuma cicatriz seriamos feitos. De nenhuma dor seriamos formados. De nenhuma mágoa seriamos tão tristes como nos tornamos. De nenhuma saudade nos amaríamos. E de nenhuma lembrança, seriamos eternamente um para o outro, o que hoje somos.
Mas apesar de ser esse recheio de dores, de emoções e de sofrimento, muitas vezes eu me sinto vazia comigo mesma. Só que como eu e o mundo sabemos, sou fraca... fraca demais para tentar acabar com esse oco, com esse vazio que habita em mim. E mesmo que eu precise mudar, selei meu destino com uma só verdade:
Ser do mundo todo, sem pertencer a ninguém.
E embora minhas lágrimas... - você consegue vê-las rolando, não é?- me agridam eu partirei, me perdendo pelo mundo. Dançando no escuro. Me abrigando pelos quatro cantos da minha própria solidão.
E o meu destino é esse: Conviver eternamente com essa tal carnivora assanhada chamada Solidão.
Eu irei embora com uma única certeza: O teu amor por mim, e meu ódio pelo mundo.
Pois toda a loucura que existe no mundo, habita em mim... e você... Você... você nunca saberá como é se sentir assim. Então, a partir de hoje, comece a me apagar da memória.
E o certo é que eu parta nesse exato mometo, pois agora eu consigo ver o que é realmente preciso ser feito.
Vejo que meu maior desejo é morrer.
Eu preciso me jogar da escada antes que mais alguma tragédia saia de dentro de mim, e corte novamente os pulsos de um amor que poderia ter sido real.
Eu preciso!
Eu tenho que acabar com esse absurdo que eu mesma criei.
E assim será: Eu rolarei exatamente como minhas lágrimas.
Adeus.
E por favor, não se esqueça, foi no dia 14 de julho que eu percebi que ainda te amava.

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