sábado, 18 de julho de 2009

Aquelas ondas que não quebram mais no mar.


Você se lembra das nossas férias? Da sua voz e o meu verão? Eu procurei te amar a cada minuto, mesmo quando o sol se punha e levava consigo toda aquela mística luz que te deixava tão bela. Eu procurei te amar a cada minuto, mesmo quando a lua chegava de súbito, e você se debatia na cama, como uma louca -mas também como quem ama. Eu procurei te amar a cada minuto, mesmo quando as flores caiam e você, como sempre amou as flores, ia para a janela chorando, soluçar a sua dor. Eu procurei te amar a cada minuto, mesmo quando os pássaros foram voar livres pelo mundo, e abandonaram as pedras de uma vida sem liberdade, e você ficou sem comer por uma semana, ou mais, Amor, de tanta saudade desses bichinhos. Eu procurei te amar a cada minuto, mesmo quando o céu criou uma tempestade terrível, e eu tive que trancar todas as portas da casa porque você queria tomar banho logo naquela chuva terrível. Eu procurei te amar a cada minuto, mesmo quando o mar se acalmou e você saiu correndo dentro do apartamento berrando: " Mas que brincadeira é essa de me roubarem até o balanço das ondas?"
O problema foi amor, quando você me matou.
Porque você, mocinha que caminha de vestido vermelho, tem uma beleza negra que eu nunca vi igual. Daquele tipo de beleza que é um poço escuro e que quanto mais afundo nele, menos consigo respirar. Sua presença me tira o fôlego, seus olhos escurecem minha visão, seus lábios me deixam mudo.
Porque você, grande mulher para aí ao relento, tem um ar de mulher que eu jamais seria capaz de amar outra com a mesma intensidade.
E eu ja tentei ir embora, e não consegui. Mas parece que você não liga.

E é aqui que você me mata : O teu silêncio imerge em minha cabeça, como aquelas ondas que não quebram mais no mar.


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