domingo, 6 de junho de 2010

Silenzio


Se tu te comunicasses comigo pelo teu silêncio
E não pelas garras que me mostras quando eu te apresento a outra face da minha vida
Eu prometeria te mostrar
A realidade das tuas mãos

Se tenho três irmãos
Dois cachorros
E um teatro
Isso não te preocupa
Mas se os tenho e da tua existência os escondo
Tu te exasperas
Me julgas cruel
Dizes que não acredita
Choras em cima da pedra

Mas se eu te nego a essência dos outros
É para te livrar do peso que o mundo carrega
E não para te crucificar
Para que vivas só em meu quarto
E nele a tua tristeza nunca possa habitar.

Quero ver a tua complacência coecer-me
E a tua ignorância calar-se em tua boca
Para que possamos construir um mundo que é só teu e meu.

Que não precises sofrer
Quando sentarem na mesa da tua casa
E reclamarem da tua própria comida
E da lampada que invade a tua agonia
E ofusca a tua vida

Quero que jogues
No fundo do poço
A tua coexistencia com o mundo
E que vivas assim
Em eterno silêncio
Entre mim e minha alma

Para que meu amor por ti se permute
nas tuas próprias faces
E nunca se perca
E minha vida se entrelace na tua
Acima do transcedente.
Como areia no tempo.

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