segunda-feira, 14 de março de 2011

Amo (r)- te


Dorme, dorme meu coração
já velho e contrariado
na pele alva dessa mulher.
Na desgraça de sua bebida
No crime de seu corpo
Na injúria de seu ardor
Na crueldade de suas palavras
Na conformidade de sua mentiras.

Na bestialidade de sua face
Face quase ingênua
livre de grandes acontecimentos
Face de mil mares
Mentiras da tua emoção.

Emoção ainda que porca,
emoção-decomposta,
emoção-matadouro,
emoção-morte.
Emoção de ter-me assim
tu que és mulher
que és culpada
que és silêncio e dor.
Que me transformaste, pois eu era a sombra do entardecer.

Clara manhã, tu és cruel
Manhã de mar, tu me derrubas
Manhã de sol, tu me incendeias
Manhã de chuva, tu me rejeitas.

Clara manhã, tu és amar.
Tu és Amor.
Tu me cobras e eu te dou, durante duas horas ou mais, todo o meu ardor.

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